TEORIA
Targeting

Nòs treinadores utilizamos uma variedade de técnicas dentro do condicionamento operante, mas sem dúvida que o treino, ou a utilização do target, é um dos métodos mais conhecidos e mais amplamente utilizados no treino de animais.
Para contextualizar, precisamos primeiro de saber que o targeting é o processo de ensinar um animal a tocar ou seguir um estímulo específico com uma parte do corpo.
Uma vez que o animal compreende este processo, as estradas que podemos percorrer no nosso treino são infinitas.
Quando condicionamos o nosso animal a utilizar o target, podemos começar com algo básico, como a nossa mão.
Devemos associá-lo (target) correctamente com o bridge e reforçar cada vez que o nosso animal toca na nossa mão, este processo normalmente è feito principalmente com o nariz, pois esta é normalmente a parte do corpo de que a grande maioria das espécies se aproxima, seja para o tocar por curiosidade, seja para o cheirar.
Quando o animal finalmente percebe que será reforçado cada vez que tocar no target, podemos começar a treinar o nosso animal a seguir o target a fim de move-lo numa direcção ou noutra.
Para que esta acçao aconteça, iremos aumentar passo por passo o tempo que o animal mantém a sua atenção no target e começar a movê-lo pouco a pouco, para que ele assim o possa seguir.
Assim fazendo serà possivel mover o nosso animal do ponto A para o ponto B e servirá de base para treinar comportamentos mais complexos; como por exemplo, fazer um gating e mesmo levá-los a uma balança para os pesar.
Algumas espécies são mais timidas do que outras e, nas fases iniciais do treino, condicioná-las a seguir um target para realizar um destes comportamentos pode ser uma grande ajuda na conquista da confiança do animal e, por sua vez, manter-se este treino ajuda o animal a ser mais concentrado em tocar o target e não tanto no barulho ou nas alterações ambientais que podem acontecer.
Se usufruirmos bem o treino de targeting, iremos ver que as possibilidades ou cenários em que nos iremos encontramos serão sempre diferentes e, portanto, é aqui que temos de pôr em jogo a nossa criatividade como treinadores.
Um detalhe importante è tambem treinar os animais a uma grande variedade de targets em termos de tamanhos, cores, formas, etc. Esta variedade por esemplo pode ser utilizada treinando o nosso animal para tocar ou permanecer num sitio ou ponto específico. Este treino será muito útil na nossa vida diária, especialmente se quisermos fazer uma sessão de treino com vários animais ao mesmo tempo.
Por exemplo, num grupo de leões marinhos, se quisermos fazer uma sessão com um determinado animal, podemos entrar na area zoologica e enviar todos os animais para um target fixo (posição de espera específica) numa área específica e escolher um animal enquanto os outros ficam no seu lugar, chamando o animal escolhido pelo nome.
Além disso, este processo pode ser muito útil na dessensibilização (através de dessensibilização activa ou contra-condicionamento) de certos objectos que o nosso animal possa temer, tais como: equipamento veterinário, uma vassoura e até mesmo um enriquecimento.
Ao reforçar o animal cada vez que toca nestes objectos como se fosse um target, vamos aumentar a sua confiança na presença destes.
Por vezes, a utilização das técnicas anteriores pode não ser suficiente e é por isso que precisamos de dar mais um passo em frente e treinar mais targets. Neste caso, o critério não será que o nosso animal toque apenas um target, mas que também deve tocar num segundo e até num terceiro ao mesmo tempo para receber o bridge.
Esta técnica será muito útil em animais grandes ou perigosos, onde geralmente trabalhamos com contacto protegido.
Por exemplo, se precisarmos de tirar sangue da cauda de um tigre, seria muito pouco prático usar a nossa mão como target para posicionar o animal.
Por esta razão, não só iremos treinar o target básico com um objecto longo , mas também precisaremos de um segundo target com o qual iremos tocar na anca para treinar o animal a posicionar-se paralelamente à vedação do habitat.
Não devemos esquecer que o target é uma ferramenta útil no nosso programa de treino , mas que nas fases avançadas do comportamento, a sua utilização deve desaparecer gradualmente.
Desta forma, devemos condicionar um sinal para que o animal se posicione ou execute o comportamento desejado sem a necessidade de utilizar o target como guia.
Nós de WeZooit reconhecemos infinitas vantagens em treinar o target e a sua aplicação ao modelar muitos comportamentos.
Em contrapartida, vemos poucas desvantagens. Uma delas é como algumas espécies tendem a atacar e morder objectos estranhos. Neste caso, o treino do target com estes animais pode ser um desafio muito estimulante.
Sem dúvida, achamos que o target é uma ferramenta muito útil no treino da maioria das espécies que encontramos, tanto em animais de estimação como num jardim zoológico.
E ricorda, se si può... WeZooit!